Em jeito de continuação ao "post" do meu colega MuralhasS, venho aqui fazer um artigo de opinião, sendo que não passa de uma opinião pessoal e respeito quem está em desacordo comigo. Co Adriaanse... ex-treinador portista. Ganhou um campeonato e uma Taça de Portugal... é um facto e ninguém lhe pode tirar o mérito. De ideias fixas, autoritário e inovador no sentido táctico. Características positivas é certo, e provavelmente por isso teve sucesso, apesar das críticas! E saíu vencedor de um duelo que praticamente o opôs a toda a gente.
Mas no seguimento do artigo do meu colega acerca de a liga portuguesa este ano estar mais "pobre", jogar-se cada vez pior salvo raras excepções, sobretudo com a partida de alguns jogadores para o estrangeiro, a minha opinião é semelhante e não só fico triste com isso como fico frustrado por jogadores como Benachour e Saganowski seguirem outros caminhos. Mas o caso que quero comentar hoje é o de Diego. Centro-campista, fantasista, com belo trato de bola, visão de jogo invulgar, muito bom no passe... talvez lhe faltasse alguma consistência física para aguentar melhor as cargas... e sobretudo confiança por parte de quem faz a equipa... neste caso o senhor holandês Co Adriaanse!
É certo que a culpa é também de Diego. Porque razão não se impôs no FC Porto de Adriaanse? Nunca saberei... mas Diego é daqueles jogadores que não enganam! Veio do Brasil com um currículo já de si invejável... com 19/20 anos contava já com 14 internacionalizações pela selecção canarinha, venceu uma Copa América em 2004 e foi campeão pelo Santos em 2002 onde fazia dupla terrível com Robinho! Isto com 20 anos!!! Não pode ser mau!
Notou-se desde cedo que não estava adaptado ao futebol europeu, mais táctico e com menos espaço de manobra para se recrear, um campeonato em que não basta ser brasileiro para desequilibrar! Aqui e ali rubricou algumas exibições interessantes, mas normalmente não passava do suficiente, quando se lhe exigia que fosse no mínimo acima da média. Uma das razões que aponto, para além do processo lento de adaptação, para o seu fracasso em Portugal é o de jogar em posições que não favoreciam as suas capacidades técnicas. É verdade que um jogador, hoje em dia, tem que saber atacar mas também defender, mas há jogadores que perdem toda a sua influência quando instados a defender... Diego é um deles! O homem sabe atacar como poucos, não o ponham a defender! Diego tem que jogar impreterivelmente no centro, não descaído para uma das alas só para fazer jeito à táctica do treinador. Não digo que o treinador tem que ceder aos caprichos dos jogadores, mas deve moldar a sua táctica aos jogadores que tem no plantel, e quando tem jogadores de classe mundial, deve então ajustar a sua táctica às características desses jogadores! Co Adriaanse foi teimoso, 3-4-3 ou 3-5-2 não havendo espaço para um puro nº10... tentou McCarthy, tentou Postiga... nada resultou! Como não resultava queimava os jogadores, lembro-me por exemplo de Jorginho que para poder jogar teve que ceder às exigências do técnico e jogova a extremo! Teimosias houve-as muitas... como a de jorge Costa... se é bom um treinador ter um carácter autoritário, tem que saber um pouco da história do clube e saber respeitá-la, daí que mesmo ganhando 2 títulos, os adeptos nunca estiveram do seu lado! Jogadores houve, que não jogando nas suas posições habituais e consequentemente com rendimento baixo, não mais voltaram à convocatória. Diego foi um desses casos.
Diego saíu para o Werder Bremen e ficou a dúvida, seria culpa do jogador ou do treinador, a razão de tão pouca produção do brasileiro? O nº10 brasileiro, assinou por um clube de topo europeu, de um campeonato mais (a léguas) competitivo do que o nosso, com mais presença física que o nosso, em que a língua passou a ser um obstáculo... resultado? Diego conta já com 2 golos no campeonato em 11 jogos, foi já eleito jogador do mês do campeonato alemão, marcou 2 golos nas competições europeias (segundo fontes de sites alemães) e é a referência do meio campo do Werder! Num ano e picos em que cá esteve marcou um golo ao Nacional, na Choupana e outro ao Chelsea... e assim se foi embora do nosso campeonato um futuro craque mundial! Nem emprestado foi...
PS: Não querendo retirar o mérito ao Adriaanse, penso que com a equipa que tinha dificilmente não seria campeão, tais os recursos que dispunha no seu plantel! A participação na LC foi demonstrativa de que Adriaanse não era flexível em relação à táctica a usar, jogando sempre da mesma forma, fosse com que adversário fosse. E como nem todas as equipas da Europa têm a qualidade das equipas portuguesas... nem à UEFA foram... Adeus e não voltes!